CSET2025 no Rio de Janeiro

Em 19-20 de fevereiro, realizou-se, na PUC-Rio, o encontro Seminários Críticos de Educação e Tecnologia, um dentre mais de 50 eventos que aconteceram ao longo dessa semana sob a égide do CSET2025. O CSET2025 foi uma proposta de Neil Selwyn como mais um passo na consolidação da rede internacional de pesquisadores no campo dos Estudos Críticos da Educação e Tecnologia: veja aqui o texto da proposta de Selwyn, também explicada em vídeo aqui.

A mobilização no sentido dessa consolidação já vinha acontecendo há um tempo, mas planos que começaram a se concretizar em 2020, com a publicação do v. 45, n.1 da revista Learning, Media and Technology, ficaram em banho-maria com a chegada da pandemia de covid-19 e, subsequentemente, das incertezas do pós-pandemia imediato. Agora, parece que estamos caminhando novamente!

Na ocasião, eu e o grupo recepcionamos pesquisadores e pesquisadores em formação com interesses, se não compartilhados, ao menos bastante próximos. Foi um encontro híbrido com mais de 70 inscrições (o que muito nos surpreendeu, já que o semestre ainda nem começou, e o calor na cidade tem estado arrasador), felizmente (porque nosso espaço era limitado) bem divididas entre participação presencial e participação on-line via Zoom. Lotamos nosso mini auditório no Espaço Leandro Konder!

No campus, tivemos sete grupos de pesquisa representados por seus coordenadores e orientandos, assim como colegas e alunos de outros departamentos e instituições. Foram particularmente bacanas as participações dos professores Ralph Bannell, agora aposentado da PUC-Rio, mas ainda na ativa, e Pedro Teixeira, coordenador do nosso programa de pós, que abriu o evento.

O primeiro dia foi dedicado a estabelecer um diálogo inicial a partir de apresentações de cada um dos grupos. Clique nos links a seguir para acessar os slides dos grupos: DEdTec, Grupem, LabFOF, Kadjót, Conexões, Educação, Mídias e Cultura Surda.

Da esquerda para a direita: Mirna Fonseca (PUC-Rio), Joana Peixoto (IFG), Alexandre Rosado (INES), Thiago Cabrera (PUC-Rio), Giselle Ferreira (PUC-Rio), Márcio Lemgruber (pesquisador independente), Rosália Duarte (PUC-Rio), Jaciara de Sá Carvalho (UNESA) e Adda Echalar (UFG)

No segundo dia, tivemos uma reunião com os coordenadores dos grupos para pensar sobre a pauta geral que Selwyn propôs originalmente para os encontros (em tradução livre abaixo):

1. Quais são as questões, preocupações, tensões e problemas envolvendo a tecnologia educacional em nossa localidade? Que questões precisam ser postas, e que abordagens ajudarão a pesquisa em torno dessas questões?

2. Que males sociais [estamos] vendo em associação com tecnologias digitais na educação em nossa localidade?

3. Como está configurada a economia política da EdTech em nossa região? Como parecem os mercados locais da EdTech? Como as grandes corporações (Big Techs) se manifestam nos sistemas educacionais locais? Qual a situação das políticas pertinentes, e que autores vem influenciando a formulação de políticas? O que vemos ao “seguir o dinheiro”? 

4. Que bases para esperança existem? Podemos destacar exemplos locais de tecnologia que tenha resultado em ganhos sociais e empoderamento genuínos? Que tipo de reações locais e resistência contra formas ruins de EdTech são evidentes? Que imaginários alternativos circulam sobre a educação e futuros digitais? 

A discussão focalizada nessas questões deixou bem claro que, apesar dos grupos terem abordagens teórico-metodológicas diferentes e, em alguns pontos, conflitantes, o que se reflete também em diferenças terminológicas, conseguimos encontrar muitos pontos em comum em termos de preocupações com o cenário atual da relação educação-tecnologia. Pessoalmente, acho que foi um exercício desafiador mas produtivo no sentido em que conseguimos dialogar para além de nossas respectivas perspectivas preferenciais, e saímos com nossas mentes borbulhando de ideias. De fato, acho que algo importante e interessante aconteceu ali: agora, então, é cuidar dos encaminhamentos e desdobramentos!

Por fim, os importantíssimos agradecimentos!

Deixo meus agradecimentos a todos que participaram, com agradecimentos especiais aos colegas que participaram das discussões – sobretudo os coordenadores dos grupos, Adda Echalar e Joana Peixoto (Kadjót), Alexandre Rosado e Cristiane Taveira (Educação, Mídias e Cultura Surda), Jaciara de Sá Carvalho (Conexões), Raquel Barreto (Educação e Comunicação), Rosália Duarte e Mirna Fonseca (Grupem) e Thiago Cabrera (LabFoF – site em preparação – e DEdTec), assim como Márcio Lemgruber, meu parceiro no DEdTec -, assim como aos orientandos dos diversos grupos – sobretudo Giselle (de Morais), Luciana (Sucupira), Lidiane (Monteiro), Mariana Lins e Ana Beatriz Musulão (estudantes no DEdTec), pela lida com a logística no dia 19.

Contamos, como sempre, com a inestimável ajuda do pessoal da secretaria do Departamento de Educação, em particular, do Geneci (na TI e em parte da logística) e do Dudu (que faz o melhor café do campus!).

Deixo também registrado que o evento recebeu auxílio da Capes por meio do programa Proex do PPGE/PUC-Rio, assim como do Departamento de Educação.

Lançamento de “Educação, tecnologia e ficção: da distopia à esperança”

Da esquerda para a direita, a/os autora/es: Kadja, Carla, Cristal, Camilla, Cíntia, Giselle, Luciana, Márcio e Thiago

Está agora disponível para baixar gratuitamente o eBook Educação, tecnologia e ficção: da distopia à esperança, coletânea de textos produzidos por participantes do Grupo de Pesquisas DEdTec, que coordeno no Departamento de Educação da PUC-Rio.

O livro foi lançado em um evento realizado na segunda-feira que passou, 24/04/2023, no Auditório Anchieta, campus da PUC-Rio. Contamos com uma rápida, mas potente, abertura do Decano do CTCH, o Prof. Júlio Diniz, seguida de uma apresentação da proposta de trabalho que resultou no livro (eu) e do livro em si (meus queridos Márcio Lemgruber e Thiago Cabrera, parceiros na organização da publicação). Estiveram presentes também os Profs. Alexandre Rosado, coordenador do Grupo de Pesquisa Educação, Mídia e Comunidades Surda, do INES/DESU, que escreveu a Apresentação do volume e criou as imagens do livro, e o Prof. Edgar Lyra, Diretor do Dept. de Filosofia da PUC-Rio, que escreveu o Prefácio, além de alunos, ex-alunos e colegas do Dept. de Educação e de outras unidades da PUC-Rio, bem como familiares, amigos e colegas de outras instituições. Minha filha, também presente, contou mais de 70 pessoas em algum momento – quem pôde ficar até o final, compartilhou conosco um café com deliciosos bolos.

Todas as presenças nos deixaram muito felizes, sobretudo as dos “mascotes” do grupo – vários bebês chegaram durante a pandemia, tornando o DEdTec um espaço sempre “pé-no-chão”, mesmo em meio às nossas viagens partindo da ficção científica. Com tudo isso, o evento não foi uma celebração apenas da concretização de um trabalho relativamente longo: marcou, também, a consolidação do DEdTec, que ainda está para completar 5 anos de existência.

Como eu disse no dia, o livro é apenas uma face tangível de um processo conduzido continuamente no grupo e que é, para mim, fundamental: um processo formativo para a criticidade e a autoria, sempre em ambiente acolhedor da diferença e da diversidade. As bases conceituais desse trabalho e o processo que culminou no livro estão apresentadas no primeiro capítulo. Os subsequentes abordam, cada um, uma obra de ficção científica (literatura ou cinema) – aqui está uma descrição sucinta do conjunto.

As orientandas-autoras criaram um vídeo com testemunhos curtos sobre sua participação na experiência, que exibimos após as falas. Ouça a seguir:

Fechamos o evento com uma vídeo-montagem mostrando cenas dos filmes discutidos no volume, especialmente preparada para nós por Luiza Furtado – farei um edit nesta postagem para incluí-lo, quando estiver disponível on-line.

Na sequência, tivemos um encontro do grupo na casa de Cíntia (à direta na foto), mestre egressa do DEdTec que fez uma bela pesquisa sobre podcasts, disponível aqui. Cíntia gentilmente ofereceu sua sala para brindarmos não somente pelo sucesso da proposta, mas, principalmente, pelas relações que temos construído dentro do grupo. Cíntia e Luciana (à esquerda na foto), também membro do grupo, foram os dínamos que tocaram a organização das celebrações, e merecem muitos agradecimentos (junto com o pessoal da secretaria, principalmente Dudu, que preparou o café e ajudou na arrumação inicial do auditório)!

E falando em agradecimentos, preciso mencionar também a Giselle (de Morais, mestranda), que tirou as fotos incluídas na postagem.

Para fechar, convido à leitura quem passar por aqui – o livro foi lançado pela Editora PUC-Rio e pode ser baixado diretamente neste link.

Convite para lançamento de coletânea do Grupo DEdTec

Finalmente está saindo do forno o eBook Educação, Tecnologia e Ficção: da distopia à esperança, publicação da Editora PUC-Rio, fruto de um projeto do Grupo de Pesquisas DEdTec – falarei mais sobre o livro outra hora: no momento, quero deixar aqui o convite para o lançamento, que será na segunda-feira, dia 24 de abril de 2023, às 16h, no Auditório Anchieta da PUC-Rio. Espero encontrar/reencontrar lá colegas e amigos queridos que têm feito parte das trajetórias minha e do meu grupo!

Aproveito para deixar um agradecimento também: os belos materiais de divulgação do evento (e todas as imagens incluídas no volume) foram preparados pelo querido amigo e super colaborador Alexandre Rosado, que trabalha com visualidade com seu grupo de pesquisas Educação, Mídias e Comunicada Surda no INES/DESU.

Ajude-nos com a divulgação clicando nos links a seguir para baixar o cartaz para circulação por email e no Instagram.

O Futuro da Mente: entre a tecnologia e a arte (respiro e digressão)

Participei (como ouvinte) ontem das 1as Jornadas Luso-Brasileiras de Pensamento Contemporâneo, intituladas O Futuro da Mente: entre a tecnologia e a arte, um evento on-line organizado por um grupo de pesquisadores do Brasil e de Portugal, incluindo meu colega de departamento Ralph Bannell.

O programa do evento está disponível aqui, e os resumos das apresentações, aqui. Entre elas, a apresentação de Thiago Cabrera, também meu colega de departamento e membro do DEdTec, apresentou as bases, partindo da Fenomenologia de Husserl, em particular, sobre as quais vem explorando a potência do ficcional audiovisual, um assunto que me interessa.

Em várias das falas, foram mencionados ilustrações e exemplos do domínio do sonoro e/ou musical, e isso sempre me chama a atenção, junto com argumentação que levante objeções à concepção do digital como imaterial. Focalizando na materialidade do digital, um dos palestrantes sugeriu que a tela touch, ao ser tocada, não oferece resistência. Para mim, porém, a inclusão de sons nessa operação modifica a experiência de utilizar esse tipo de tela significativamente (eu sou daquelas pessoas chatas que gostam de experimentar com diferentes efeitos sonoros na digitação). Lembrei que saí do meu doutorado com a ideia de que todos os sentidos estão envolvidos na experiência musical (do sonoro, de forma geral), ou seja, não é apenas a audição – na época, comecei a ler sobre as experiências de músicos surdos e de pessoas com sinestesia, e, muitos anos depois, já em outras trilhas, encontrei David le Breton caminhando nessa direção em seu Antropologia dos sentidos. Fiquei então pensando que talvez toda experiência “estética” seja de todos os sentidos, ou seja, que a nossa divisão entre os sentidos é meio arbitrária, ainda que possa ser necessária – isso apimentaria qualquer discussão sobre a “natureza” do “virtual” e do “ciberespaço” (veja o capítulo 14 aqui para um argumento sustentando que se trata de uma “alucinação consensual acadêmica”), e me parece relevante em tempos de VR e AR.

Achei também interessante ver a velha discussão (para algumas gentes que conheci no passado, incluindo meu orientador de doutorado, an old chestnut – adoro essa expressão) em torno do que seria música (com uma referência a Susanne Langer e seu Philosophy in a New Key, a primeira recomendação de leitura que o orientador me passou) dar sinais de que ainda vai muito bem, obrigada. Acho que é um assunto bem difícil de abordar sem um mínimo de jargão teórico da musicologia – não como tecnicalidade esvaziada, mas por aquilo de conceitual que pode apontar (ocultar?), e que é necessário (creio) para nos levar para além de um “senso comum” quase invariavelmente baseado em preferências pessoais. Mas admito que possa estar sendo excessivamente preciosista.

Enfim, foi um dia excelente de respiro intelectual que me tirou de um cotidiano ultimamente repleto de tarefas administrativas.

Em tempo: acho que vale a pena ficar de olho no blog da Camila Leporace, uma das mediadoras, caso apareça lá uma resenha detalhada das discussões.

Lançamento de *Deseducando a Educação: mentes, materialidades e metáforas*

Uma das mesas a serem realizados durante o I Seminário Internacional Reconceitualizando a Educação, organizado pelo Departamento de Educação da PUC-Rio, marcará a apresentação do livro Deseducando a Educação: mentes, materialidades e metáforas. A mesa será composta pelos Profs. Ralph Bannell, Mylene Mizrahi e Giselle Ferreira (eu!), organizadores do volume, com mediação do Prof. Karl Erik Schollhammer, do Dept. de Letras da PUC-Rio.

A coletânea reúne textos em torno dos três eixos temáticos que estruturam o livro: mentes, materialidades e metáforas. A primeira parte, org. pelo Prof. Ralph, focaliza teorização recente sobre a cognição. A segunda parte, sob a responsabilidade da Profa. Mylene, traz uma gama de contribuições muito interessantes da Antropologia. Por fim, a minha parte congrega textos que exploram metáforas como eixos de discussão de questões da educação. O livro contou com a colaboração de autores nacionais e internacionais bastante respeitados em suas áreas de atuação.

Quer saber mais? Junte-se a nós no dia 15! A conversa será transmitida pelo canal do Departamento de Educação no YouTube, neste link.

O livro será disponibilizado como e-Book de acesso livre – divulgaremos os detalhes de acesso assim que possível.

Ah! Antes de clicar em “publicar”, deixo o convite também para, quem achar interessante e puder, que nos ajude a divulgar – o cartaz pode ser baixado aqui.

Roda de conversa: METÁFORAS

Para os interessados em participar na roda de conversa que irei mediar no I Seminário Internacional Recontextualizando a Educação: clique aqui para preencher o formulário de inscrição.

Contarei com a presença de meu precioso parceiro de pesquisas e escritas, o Prof. Márcio Lemgruber, e do Prof. Diogo Gurgel, do Dept. de Filosofia da UFF, estudioso das teorias da metáfora.

Pretendemos gravar a discussão e disponibilizá-la posteriormente no Canal do YouTube do Departmento de Educação da PUC-Rio. Avisarei aqui quando isto for feito, caso haja interessados que não possam assistir ao vivo.

O link será enviado para os e-mails cadastrados no dia anterior – aguardo você lá!

Se quiser nos ajudar a divulgar, baixe aqui o cartaz.