*What’s next for EdTech?* Artigo publicado

Comecei meu dia com uma excelente surpresa: chegou uma notificação de publicação ahead of print do artigo What’s next for EdTech? Critical hopes and concerns for the 2020s. Trata-se de um texto a várias mãos, uma coautoria dos líderes dos diversos grupos de pesquisa que contribuíram para o número especial da revista Learning, Media and Technology a sair oficialmente em 2020 (parte do material já está disponível ahead of print, como o nosso artigo sobre metáforas de Big Data).

Além dos organizadores do número, Neil Selwyn (Universidade de Monash, Austrália) e Thomas Hillman (Universidade de Gotemburgo, Suécia), contribuíram para o artigo Rebecca Eynon, do Oxford Internet Institute, Universidade de Oxford, Jeremy Knox, da Universidade de Edimburgo, Escócia, Felicitas Macgilchrist, da Universidade de Göttingen, e Juana M. Sancho-Gil, da Universidade de Barcelona.

O texto funcionará como um editorial with a twist: em vez da usual apresentação (burocrática) dos artigos que compõem o número, apresenta-se uma discussão de desafios para a pesquisa na área. A escrita partiu de um exercício proposto pelos organizadores norteado por três princípios:

especular sobre o futuro em termos plausíveis (em vez de fantásticos);

distinguir entre o que é provável, o que é possível e o que é preferível;

pensar em “futuros”, plural, isto é, estar aberto à ideia de variações e direções diferentes que podem muito bem se desenvolver nos próximos anos.

(tradução livre)

Assim, não se trata de futurologia, mas sim de vislumbrar cenários possíveis com base em empiria e teorização do presente.

Realmente é uma grande honra para mim fazer parte desse grupo de pesquisadores mundialmente respeitados, e devo muitos agradecimentos ao Neil pelo convite inicial para integrar a rede internacional que ele e Thomas estão construindo na área de EdTech Crítica.

Assim que todos os artigos estiverem disponíveis, farei uma postagem com links e resumos.

Por hora: tenho 50 e-prints gratuitas do artigo para disponibilizar, então deixo aqui o link para quem estiver interessado.

Boas leituras!

ATUALIZAÇÃO em 24/11/2019: o artigo agora está livre a abertamente disponível – clique aqui para baixar ou ler on-line!

Leitura do fim de semana (furando a fila…)

Chegou ontem (fresquinho do forno e ainda em fase de pré-venda por aqui) o novo livro de Neil Selwyn, Should Robots replace Teachers?, publicado pela Polity.

A contracapa diz o seguinte (tradução livre):

Desenvolvimentos em AI [Inteligência Artificial] e Big Data estão mudando a natureza da educação. Contudo, as implicações dessas tecnologias para a profissão docente são incertas. Enquanto a maior parte dos educadores permanece convencida da necessidade de professores humanos, para além dessa classe de profissionais antecipa-se uma reinvenção da docência e da aprendizagem.

A partir de uma análise de desenvolvimentos tecnológicos tais como robôs-professores autônomos, sistemas de tutoria inteligentes, Learning Analytics [Analíticas da Aprendizagem] e tomada de decisão automatizada, Neil Selwyn ressalta a premência de discussões detalhadas sobre a capacidade a AI replicar qualidades sociais, humanas e cognitivas do professor humano. O autor conduz a discussão sobre AI e educação no domínio dos valores, julgamentos e política, defendendo, basicamente, que a integração de qualquer tecnologia na sociedade precisa ser apresentada como uma escolha.

Além de um prefácio curtinho, o livro tem cinco capítulos:

  • AI, robótica e a automação da docência
  • Robôs na sala de aula
  • Tutoria inteligente e assistentes pedagógicos
  • Tecnologias de “bastidores”
  • Revitalizando a docência para a era da AI

Selwyn é bem conhecido como um crítico sagaz dos discursos exagerados em torno da dita “potência” da tecnologia, e o posicionamento da tecnologia como escolha é algo que permeia seu trabalho. Como diz ele no final do prefácio, “não podemos saber ao certo o que acontecerá, mas deveríamos, ao menos, ter clareza sobre o que preferiríamos que acontecesse”.

Vou tentar dar uma diagonal rápida neste final de semana e postar alguns comentários sucintos – e assim, foi-se o planejamento prévio…



e-prints gratuitas de artigos recém-publicados!

Finalmente consegui acessar minha conta no sistema da Taylor & Francis Online e retirar de lá os links que oferecem e-prints gratuitos dos nossos artigos publicados recentemente na revista Learning, Media and Tecnology.

Então, as primeiras 50 pessoas que clicarem poderão acessar os artigos sem custo!

FERREIRA et al (2019) Metaphors we’re colonised by? The case of data-driven technologies in Brazil – clique aqui

FERREIRA & LEMGRUBER (2019) Great Expectations: a critical perspective on Open Educational Resources in Brazil – clique aqui.

Se você clicar nos links e as e-prints já estiverem esgotadas, poderá acessar as versões pré-publicação em meu perfil na plataforma academia.edu ou aqui (Metaphors) e aqui (Great Expectations). Versões com formatação mais agradável podem ser baixadas do perfil de Alexandre Rosado no academia.edu.

Boas leituras!

Metáforas da Educação e Tecnologia: versões de artigos para baixar livremente

Acabo de subir para o meu perfil da plataforma academia.edu as versões aceitas dos artigos publicados recentemente da revista Learning, Media and Technology. As versões são muito próximas aos textos publicados, que necessitam de acesso via assinatura (o preço de artigos isolados é absurdo para nós, nem comentemos sobre isso…).

Se alguém estiver interessado em ler os trabalhos, mas tiver problemas em acessá-los no academia, o material está aqui também: Great Expectations: a critical perspective on Open Educational Resources in Brazil (parceria com Márcio Lemgruber) e Metaphors we’re colonised by? The case of data-driven educational technologies in Brazil (parceria com Alexandre Rosado, Márcio Lemgruber e Jaciara Carvalho).

Estou aguardando um reset da minha senha no sistema da revista (são tantas as senhas, me escapam da memória frequentemente), pois cada um dos autores recebe 50 e-prints para distribuir, mas preciso acessar o sistema para pegar o link pertinente. Em breve, circularei esse link aqui, e as primeiras 50 pessoas a acessarem poderão baixar o artigo na versão publicada pela revista.

Boas leituras!

Metáforas de Big Data, educação e novas formas de colonização: artigo publicado!

Acaba de ser publicado ahead of print o artigo Metaphors we’re colonised by? The case of data-driven educational technologies in Brazil, na revista Learning, Media and Technology. O artigo integrará um número temático organizado por Neil Selwyn e Thomas Hillman, que deverá sair no início de 2020 com o título “Education and Technology into the 2020s: speculative futures”.

A história desse trabalho é um pouco longa, daí a grande alegria que senti ao ver a notificação da editora em minha caixa de correio ontem pela manhã. As ideias começaram a surgir em 2015, foram amadurecendo ao longo de um tempo de discussões e estudos, e resultaram, por fim, no projeto atual formalizado em final de 2017, como resumido aqui. Este artigo, em particular, é fruto de um trabalho cuidadoso com um corpo de dados relativamente extenso e uma literatura que começou a surgir mais ou menos ao mesmo tempo em que íamos progredindo com as análises.

Enfim, aqui está uma versão em português do abstract de nossa proposta inicial:

Este artigo discute questões imbricadas na disseminação de tecnologias educacionais baseadas em dados no Brasil. No país, como em outros locais, a Tecnologia Educacional (TecEdu) continua a ser defendida com base em discursos otimistas que a constroem como uma panaceia para problemas sociais historicamente enraizados. Ainda que algumas dessas tecnologias tenham realmente contribuído para importantes programas de ampliação do acesso à educação nas duas últimas décadas, a defesa do “solucionismo tecnológico”, refletida em políticas públicas que articulam demandas cada vez mais fortes de melhoria de eficiências através da “inovação”, tem apoiado a mercantilização implacável dos sistemas educacionais do país. À medida que corporações transnacionais, discretamente posicionadas, assumem o controle de áreas-chave desses sistemas, ameaçando reestruturar todo o setor, tecnologias educacionais baseadas em dados – e outras noções da TecEdu apresentadas como “soluções” para ditas necessidades educacionais – fornecem o último exemplo em uma série de “novas” ideias ofertadas em um mercado em constante expansão. No entanto, essas ideias tendem a ser importadas e implantadas de maneiras frequentemente inconsistentes com as necessidades locais reais. Adotando como referencial teórico um recorte da literatura que explora implicações culturais e políticas da noção de “metáforas conceituais” proposta por Lakoff e Johnson – metáforas que encapsulam maneiras específicas de perceber, pensar e relacionar-se com o mundo – este artigo discute metáforas-chave em discursos acerca de tecnologias educacionais baseadas em dados no Brasil. Com base em dados empíricos coletados de fontes institucionais, midiáticas e de marketing abertas on-line, bem como literatura acadêmica sobre a política da tecnologia, o artigo analisa maneiras nas quais certas metáforas promovem perspectivas que ignoram a diferença e obscurecem questões mais amplas da educação, reproduzindo, assim, problemas previamente existentes. Considerando que dados estão sendo concebidos como o “óleo” que deverá impulsionar uma educação anacrônica para o futuro, por um lado, e reconhecendo a capacidade local reduzida para (pelo menos) adaptar sistemas importados, por outro, o artigo examina criticamente um cenário em que as metáforas da TecEdu talvez estejam a apoiar novas formas de colonização.

Estamos trabalhando em outros produtos dessa parte da pesquisa para disseminação em português, mas, por hora, disponibilizo a versão aceita para publicação, produzida após duas rodadas de revisão por pareceristas e extensas revisões.

Clique aqui para baixar um pdf do artigo em sua versão aceita para publicação.

Clique aqui para acessar a página da revista relativa ao artigo.

Número especial da revista *Learning, Media and Technology*

Acaba de ser lançado o volume 44, número 3, da revista Learning, Media and Technology, LMT, organizado por Michael Gallagher e Jeremy Knox com o título Global Technologies, Local Practices.

O número contém 11 artigos escritos por autores baseados, predominantemente, no “Sul global”, conforme a proposta da chamada original lançada em 2018. Eis o sumário:

1 – Global technologies, local practices – Michael Gallagher & Jeremy Knox

2 – Global-local divides and ontological politics: feminist STS perspectives on mobile learning for community health workers in Kenya – Jade Vu Henry, Martin Oliver & Niall Winters

3 – De-coding or de-colonising the technocratic university? Rural students’ digital transitions to South African higher education – Sue Timmis & Patricia Muhuru.

4 – WhatsApp use among African international distance education (IDE) students: transferring, translating and transforming educational experiences – Clare Madge, Markus Roos Breines, Mwazvita Tapiwa Beatrice Dalu, Ashley Gunter, Jenna Mittelmeier, Paul Prinsloo & Parvati Raghuram

5 – Southern agency and distance education: an ethnography of open online learning in Dilli, Timor-Leste – Monty King, Martin Forsey & Mark Pegrum

6 – Young black women curate visual arts e-portfolios: negotiating digital disciplined identities, infrastructural inequality and public visibility – Travis Noakes

7 – Great Expectations: a critical perspective on Open Educational Resources in Brazil – Giselle Martins dos Santos Ferreira & Márcio Silveira Lemgruber

8 – An exploration of agency in the localisation of open educational resources for teacher development – Freda Wolfenden & Lina Adinolfi

9 – Refugees and online education: students perspectives on need and support in the context of (online) higher education – Belma Halkik & Patricia Arnold

10 – Digital neocolonialism and massive open online courses (MOOCs): colonial pasts and neoliberal futures – Taskeen Adams

11 – The postdigital challenge of redefining academic publishing from the margins – Petar Jandric & Sarah Hayes.

Acabo de baixar os artigos para ler nos próximos dias (infelizmente, a LMT é paga – e muito bem pagam, por sinal) – a revista está catalogada no Portal de Periódicos da CAPES, mas o acesso depende de assinatura. Tentarei postar resumos curtos aqui.

Alguns dos artigos prometem discutir assuntos que têm estado “no radar” do DEdTEc – novas formas de colonialismo no universo da Educação Aberta e, sobretudo, a partir de processos de datificação, e teorização feminista – mas todos, sem exceção, representam visões periféricas da Educação e Tecnologia.

Por fim… sim, o número inclui um artigo meu e do Márcio Lemgruber – mais um produto de um #orgulhodeparceria! Temos alguns e-prints gratuitos para distribuir – entre em contato e lhe enviaremos.