EdTech (já) é crítica?

Minha leitura com o café da manhã de hoje foi o artigo “An education in Educational technology”, de Peter Goodyear, um dos autores que introduziram a ideia de patterns de Christopher Alexander na educação (ideia que percorreu um caminho da Arquitetura para a Computação para a EdTech).

O artigo pode ser baixado aqui (acesso aberto).

O texto é curioso. Trata-se de uma defesa da legitimidade da EdTech como campo acadêmico (lembrando que se trata de uma área reconhecida em países anglófonos), mas parece, em grande parte, uma “crítica à crítica” pontuada de comentários de cunho pessoal e em um tom razoavelmente “inflamatório”, como o autor declara em algum momento. Na primeira parte, o texto se posiciona contra a necessidade de uma “Critical EdTech” (EdTech crítica), e depois segue explicando o que seria essa EdTech que já é “crítica”, falando bastante sobre o quanto ela é importante.

Textos de vários autores dessa área são mobilizados para sustentar a suposta “criticidade” da EdTech conforme o autor a vê, mas me parece que algumas dessas citações são tomadas fora de contexto ou “esgarçadas” em generalizações indevidas. Por exemplo, o autor costura duas citações com a seguinte frase: “The allegation that we cannot think deeply, act virtuously or speak honestly about our work turns up even more forcefully here” – em tradução livre e apressada: “A alegação de que não podemos pensar profundamente, agir virtuosamente ou falar honestamente sobre o nosso trabalho aparece ainda com mais força aqui …”. Um pouco pessoal demais – se fosse um texto em português, arquivaria com a hashtag #prontofalei.

De qualquer forma, acho que vale a leitura, mas talvez valha mais uma reflexão sobre o que seria a famigerada “crítica”.

Em tempo: a revista Sisyphus, do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, publicou um dossiê intitulado “Abordagens Críticas em Tecnologia Educativa” – acesse aqui.

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