Apresentações de membros do DEdTec na 23rd Media Ecology Association Convention

Entre 7 e 11 de julho, ocorreu no campus da PUC-Rio a 23rd Media Ecology Association Convention, organizada localmente por uma comissão liderada pela Profa. Adriana Braga, do Dept. de Comunicação da PUC-Rio, e contando com a colaboração dos Profs. Rosália Duarte, da Educação, e Edgar Lyra, da Filosofia, bem como um grupo (bem animado!) de voluntários estudantes da instituição. Tive uma participação muito limitada nessa organização (pois acabara de assumir a coordenação do PPGE), praticamente reduzida a uma fala inicial de boas-vindas da parte da comissão organizadora local. Fotos do evento estão disponíveis na Página da MEA no Facebook, e o livro de resumos está disponível aqui.

Tivemos duas apresentações (em painel que organizei com a Profa. Mylene Mizrahi) do DEdTec: das queridas Cíntia Barreto (cuja pesquisa de mestrado focaliza os podcasts ditos “educativos” na podosfera nacional) e Camilla Borges (cuja pesquisa de mestrado consiste em um estudo do fenômeno dos professores influencers – uma autoetnografia, já que Camilla faz parte dessa comunidade, sendo conhecida como @profmillaborges e @patroa). As apresentações das duas foram muito bem recebidas: houve uma conversa animada ao final, e ambas receberam elogios de participantes pela consistência, clareza e fluência de suas falas (#orgulhodeorientadora!)

Eis os resumos dos trabalhos apresentados:

Tendências da podosfera “educativa” brasileira (Cíntia)

Com cerca de 34,6 milhões de ouvintes, o Brasil ocupa hoje o segundo lugar no ranking dos países que mais consomem podcasts, atrás apenas dos EUA (ABPod, 2021). Muitos aderiram a esta mídia a partir da pandemia da COVID-19, alegando que o formato intimista contribuía para que se sentissem menos sozinhos em contexto de isolamento social (Globo, 2021). Além de entretenimento e informação, os podcasts têm como um de seus principais objetivos declarados, tanto por produtores, quanto por consumidores, promover a aprendizagem. De fato, a podosfera brasileira é rica em ofertas categorizadas como “educativas”, mas esses podcasts não são, via de regra, produzidos por instituições educacionais. Esta comunicação apresentará reflexões fundamentadas em uma pesquisa de mestrado que objetiva compreender, a partir de um recorte da podosfera, como são constituídos os podcasts categorizados como “educativos”. A produção e o consumo de podcasts figuram de modo promissor na literatura acadêmica relativa a usos em contextos da educação formal, mas, diante da vasta oferta de podcasts caracterizados como “educativos”, a pesquisa aborda questões relativas à sua produção, seus produtores e seus propósitos de produção, bem com o conteúdo desses podcasts. Tomando como empiria os próprios podcasts, bem como material promocional de sites e comentários em fóruns de discussão, serão apresentados achados preliminares de uma análise que focaliza gêneros e temas, com o intuito de identificar tendências e preferências relativas às formas nas quais, no atual contexto de midiatização da educação, concebe-se aquilo que se qualifica como “educativo”.

REFERÊNCIAS
ABPod. PodPesquisa 2020-2021. Disponível em: https://abpod.org/wp-content/uploads/2021/10/Podpesquisa-Produtor-2020-2021_Abpod-Resultado- ATUALIZADO.pdf. Associação Brasileira de Podcasters, 2021. Acesso em: 25 fev. 2022.
GLOBO. Podcasts e a crescente presença entre os brasileiros. Disponível em: https://gente.globo.com/pesquisa-infografico-podcasts-e-a-crescente-presenca-entre-os-brasileiros/. Gente, 2021. Acesso em 25 fev. 2022.

Reflexões sobre usos de storytelling por professores influencers (Camilla)

As mídias vêm ganhando cada vez mais espaço em nossas vidas, contribuindo para profundas transformações em nossas formas de adquirir e produzir conhecimento. Nesse contexto, o ensino e aprendizagem vêm escapando aos confins das salas de aula formais para ocupar outros espaços que vêm sendo utilizados maciçamente para fins educativos: as redes sociais. Esta comunicação consiste em um recorte de uma pesquisa de mestrado cujo objetivo geral é compreender como se constitui um novo tipo de professor surgido no atual contexto de midiatização da educação (Rawolle; Lingard, 2014): o professor influencer. Esses professores atuam em um cenário no qual muitos conseguem atrair números expressivos de alunos/seguidores, alcançando, em alguns casos, o status de celebridade. Professores influencers trabalham em redes sociais produzindo materiais pedagógicos a partir da utilização de técnicas de storytelling. Trata-se, aqui, segundo Couldry (2008), de um conjunto de técnicas que propicia a contação, a troca e o armazenamento de narrativas pessoais na Web. Diante da pluralidade das mídias utilizadas, essas narrativas difundem-se de formas distintas que permitem sua retransmissão e reutilização. A pesquisa baseia-se em uma etnografia virtual conduzida pela primeira autora no contexto do ensino de português e redação nas plataformas Instagram e YouTube. Sendo nativa desse campo, utiliza-se de storytelling como técnica e como vivência, com o intuito de promover conexões intelectuais, afetivas e emocionais com seus alunos/seguidores. Esta comunicação irá apresentar reflexões relativas aos usos feitos de storytelling por professores que, ao protagonizar narrativas articuladas nos conteúdos que exibem nas redes, reconstroem-se como sujeitos. 

REFERÊNCIAS

COULDRY, Nick. Mediatization or mediation? Alternative understandings of the emergent space of digital storytelling. New Media and Society 10: 373–391, 2008.

RAWOLLE, S.; LINGARD, B. Mediatization and education: a sociological account. In: LUNDBY, K. (Org.) Mediatization of Communication. Handbooks of Communication Science v. 21. (p. 595-612). Berlin: De Gruyter Mouton, 2014.

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