No semestre que vem, darei uma disciplina de mestrado/doutorado intitulada Educação e Tecnologia: utopias, distopias e metáforas. Compartilho, abaixo, a proposta preliminar – estou ainda matutando sobre os detalhes do planejamento aula-a-aula para montar o programa que preciso colocar no sistema da instituição.
As possibilidades são muitas (a ficção científica me acompanha desde a adolescência) – há algum tempo, venho selecionando livros, filmes e séries que leio/assisto e me remetem a questões relevantes à Educação e Tecnologia. Já tive algumas experiências de ensino colaborativo nessa direção – um dos resultados foi um artigo de 2015 – e continuo a usar material dessa natureza com meus alunos, inclusive da graduação. Mais recentemente, reli Os Despossuídos e A mão esquerda da escuridão, ambos da escritora Ursula le Guin e ambos lidos há mais décadas do que quero contar, e comecei a pensar em novas formas de organizar e explorar mais o material, mas isso é uma outra história…
Por hora, fica a proposta.
Educação e Tecnologia: utopias, distopias e metáforas
EMENTA: Leituras críticas da relação entre a educação e a tecnologia a partir de utopias, distopias e metáforas: Tecnologia educacional e ideologia. Metáforas conceituais em perspectiva crítica. Metáforas conceituais da tecnologia educacional. A ficção científica como metáfora, representação e crítica. Questões atuais relativas às tecnologias digitais e cenários da ficção distópica – concepções de educação; ensino; aprendizagem; sujeitos e objetos da educação; privacidade e vigilância em contextos educacionais.
Bibliografia principal
AQUINO, Júlio G; RIBEIRO, Cintya R. (Org.) A Educação por vir: experiências com o cinema. São Paulo: Cortez, 2011.
FERREIRA, Giselle M. S.; LEMGRUBER, Márcio S. Tecnologias educacionais como ferramentas: considerações críticas sobre uma metáfora fundamental. EPAA, v. 26, n. 112, p. 1-15, 2018. Disponível em: https://epaa.asu.edu/ojs/article/view/3864/2124.
FERREIRA, Giselle M. S.; ROSADO, L. A.; CARVALHO, J. S. (Org.). Educação e Tecnologia: abordagens críticas. Rio de Janeiro: SESES/UNESA, 2017. Disponível em: https://ticpe.files.wordpress.com/2017/04/ebook-ticpe-2017.pdf.
HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo Novo. Trad. Lino Vallandro e Vidal Serrano. 22ª ed. São Paulo: Globo, 2014.
LE GUIN, Ursula. Os despossuídos. Trad. Danilo Lima de Aguiar. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.
LEMGRUBER, Márcio S.; FERREIRA, Giselle M. S.Metáforas da Tecnologia Educacional. Educação em Foco (UFJF), v. 23, p. 15-38, 2018. Disponível em: http://dx.doi.org/10.22195/2447-5246v23n120183351.
LEMGRUBER, Márcio S.; OLIVEIRA, Renato José de. Argumentação e Educação: da ágora às nuvens. In: LEMGRUBER, M. S.; OLIVEIRA, R. J. (Org.) Teoria da Argumentação e Educação (23-55). Juiz de Fora: Editora UFJF, 2011.
LEMOS, Daniel C. de A. (Org.) Distopias e Educação. Entre ficção e ciência. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2016.
LUPTON, Deborah. Digital Sociology. London: Routledge, 2015.
ORWELL, George. 1984. Trad. Alexandre Hubner e Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
SELWYN, Neil. Distrusting Educational Technology. Ed. para Kindle. Londres: Routledge, 2014.
Audiovisual
BROOKER, Charlie. Black Mirror. Seriado Netflix, 2015-.
KUBRICK, Stanley, 2001 Uma odisseia no espaço. Metro-Goldwyn Meyer, 1968.
SCOTT, Ridley. Blade Runner. Warner Bros. Pictures, 1982.
THE WASCHOWSKIS. A Matrix. Warner Bros. Pictures, 1999.
Bibliografia complementar
CHARTERIS-BLACK, Jonathan. Corpus Approaches to Critical Metaphor Analysis. Londres: Palgrave Macmillan, 2004.
CRUZ, Edgar G. Las metáforas de Internet. Barcelona: Editorial UOC, 2007.
DUSEK, Val. Filosofia da Tecnologia. São Paulo: Loyola, 2009.
GALLO, Sílvio; VEIGA-NETO, Alfredo. (Org.) Fundamentalismo e Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
LAKOFF, George; JOHNSON, Mark. Metáforas da vida cotidiana. São Paulo: EDUC e Mercado das Letras, 2002[1980].
MORGAN, Richard. The Complete SF Collection. Ed. para Kindle. Londres: Gollancz, 2013.
POSTMAN, Neil. Amusing ourselves to death. Public discourse in the age of show business. Edição de comemoração do 20º aniversário da obra. Nova Iorque: Penguin, 2005[1985].
SELWYN, Neil. Education and Technology: key issues and debates. 2ª. Ed. Edição para Kindle. Londres: Bloomsbury, 2016.
SHELLEY, Mary. Frankenstein. Trad. Bruno Gambarotto. 1ª. Ed. São Paulo: Hedra, 2013.
STEFIK, M. Internet Dreams. Archetypes, myths and metaphors. Cambridge, MA: MIT Press, 2001[1996]
Audiovisual complementar
JUDGE, Mike; ALTSCHULER, John; KRINSKY, Dave. Silicon Valley. Seriado HBO, 2014-.
KALOGRADIS, Laeta. Altered Carbon. Seriado Netflix, 2018-.
NOLAN, Jonathan; JOY, Lisa. Westworld. Seriado HBO, 2016-.
SHYAMALAN, M. Night. A Vila. Touchstones Pictures, 2004.
relying on the vagaries of Google/Chrome automatic translation – I read your post with pleasure … reminded me that SF has often foretold current technologies and their use (good, bad and indifferent) – or at least, we attempt to convince ourselves that this is the case.
also consider looking at obsession and the zeitgeist (I consider this to be a current dystopia)- you may recall Douglas Adams in Hitchhikers often made quips about the our obsession with digital watches (that does seem so dated) – however, if we see blockchain, AI, cloud, big data, or something else as the new technological panacea – I would scream, if wasn’t such a wasted effort.
CurtirCurtir
Great to hear from you, Andrew! There is so much to scream about at the moment, I wouldn’t know where to begin – hence, sci-fi and prog rock (occasionally, these days)… I’m not sure sci-fi predicted as much as it helped to construct what we’ve got – futures of the past that helped shape the present (I’m thinking of classics with holodecks, transporters and hitchhiking). Perhaps it’s not unlike temporal mechanics hehe – by the way, what happened to your Teroknor site? I was going through links to add here and couldn’t find it.
CurtirCurtir